sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Devaneios


“Quem me dera tivesse asas que me levasse para algum lugar.
Que amenizasse as dores de um organismo debilitado pelas deploráveis aventuras da modernidade.
Num presente onde tudo é finito, o finito é infinito na velocidade da fuga para morte;
O amor, que era liberdade, passou a ser o temor da responsabilidade;
E o grande segredo da felicidade que parecia finalmente descoberto,
Foi devorado pela voracidade que tenta me dominar por completo.

Felicidade... Só poderei te encontrar quando não mais te procurar;
Em um poço de sua liquidez mergulhar,
Estabilizando essa transitoriedade que tanto me assusta.
Na interminável busca do meu verdadeiro eu,
Me ponho a fantasiar com plena realização,
Que no tempo em que vivemos só pode ser obtida através de algo palpável, instável, Derivada de uma grande idealização;
Daquilo que se projeta no pó, no concreto,
Que transforma minha realidade em distorção.

Uma dose de fumaça de teor estimulante para meu bel prazer,
Que a minha sociedade hedonista, sofista e capitalista insiste em me oferecer. Verdadeira invasão de meu cotidiano com um toque euforizante,
Que numa mistura de cores e sons, aos poucos acaba com os momentos bons.
Te convida para entrar, e te modernizar;
Te convida para gastar e se acostumar a se enganar.
Alucinar, errar, se adaptar e se despersonalizar.
A incoerência de seu âmago nos convida a desvairar.

Seus vetores ricos e elucidados revestem-se com peles de cordeiro.
De prazeres, só aquele alívio entorpecido da morte por um momento,
E meu sentimento emana a dor de minha ingratidão
E a falta de respeito próprio que me consome por inteiro.
Por incrível que pareça, meu ideal não é mais o dinheiro,
O pressuposto não é a arte, e o desamparo desse vazio faz parte
De minha busca insaciável de nem eu sei mais o que.

A mim o que resta é tentar sobreviver,
No meio de um turbilhão de superfluidades que nos acostumaram a conviver.
Destemer o vazio que não vai decrescer,
Nem será preenchido com droga nenhuma que posso adquirir e me entorpecer.
Meu medo não é mais morrer, talvez isso seja conseqüência.
Meu medo é parecer igual àquele padrão que a sociedade insiste em estabelecer.
Porém, pior que parecer igual é parecer diferente,
Expor seu ideal e ser julgado incoerente,
E não fazer mais parte dessa gente que tenta não desaparecer.”

 Por mim mesma, e tudo aquilo que mais me incomoda. 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

1 mês, alguns dias, e muita expectativa para a campus party.

Sim, falta pouco agora! E já começou a correria...
Desde a compra das camisetas, comprar o colchão inflável, comprar o computador.
Ufa... Espero que valha a pena.
Pretendo além de ajudar com conteúdo no blog GarotasCPBr   postar aqui também o que que rola lá todos os dias.
Estou ansiosa para que chegue.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A era do mobile marketing

  O mobile marketing será a ferramenta mais adequada para propagação de ações de marketing de nosso tempo. O número de smartphones hoje no Brasil ja é bem grande e só tende a aumentar. Segundo um levantamento feito pelo instituto Gartner, só no primeiro trimestre de 2010 foram vendidos quase 1,2 milhões de unidades, enquanto no mesmo periodo em 2009 esse número era aproximadamente 448 mil. Com um crescimento de quase 170% num intervalo de apenas um ano, a aquisiçao dos smartphones tende a aumentar ainda mais, ja que em uma pesquisa publicada pela Nielsen nos Estados Unidos foi constatado que 45% dos entrevistados tem como sua próxima aquisição, em relação a aparelhos móveis, aqueles que possuem internet móvel de banda larga no topo da lista. 
   O Brasil está em primeiros lugares no número de horas de navegação por usuário. O uso da conectividade pelas das classes mais baixas como C e D é responsável por grande parte disto, ja que hoje pessoas independente da classe social são dependentes de um aparelho celular, como uma prioridade disparada em relação a outros aparelhos eletrônicos de comunicação e informação existentes.
   Uma empresa ao centrar seu público alvo em um meio tão individual e interativo como em seu aparelho celular através do mobile marketing, algo rápido  objetivo e econômico, acaba por fortalecer e agregar valor à sua marca com total eficiência, ja que um celular está sempre ao alcance de nossas mãos.
   Além disso a interatividade é um ponto alto de ações divulgadas pelo celular, ja que o consumidor se sente muito mais próximo à marca, agregando valor à ela como forma de não somente um produto consumível, mas também como forma de diversão. Um bom exemplo é o do cinema Espaço Unibanco no Bourbon Shopping, onde antes de começar o filme e pedirem para que os aparelhos sejam desligados, existe uma opção onde você manda um SMS para certo número, e o público interage com a tela usando seus respectivos celulares como joysticks para o jogo criado pela Carefree.

    Até 2011 o mobile marketing será a ferramenta mais viável adotada pelas empresas para divulgações de campanhas de conteúdo inteligente, não se limitando apenas a propagação deste, mas também possibilitando interação, obviamente com a permissão do consumidor, otimizando a capacidade estratégicas de ações das empresas. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A extinção do silêncio

 Gordom Hempton é autor de um livro interessantíssimo chamado "One Square Inch of Silence: One Man's Search for Natural Silence in a Noisy World ". 
    Hempton é um áudio-ecologista que percorre o planeta em busca de lugares onde não haja nenhum tipo de ruído além dos sons da natureza, onde exista a "completa ausência de vibrações mecânicas audíveis".


Gordon Hempton


    Essa pesquisa vem sendo feita por ele há vários anos, e o que mais me interessou foi a conclusão que os espaços onde os ruídos são nulos são extremamente insignificantes comparado à quilômetros e quilômetros de ruidos, que acaba nos afetando de uma maneira ou outra, pois acredito que precisamos de silêncio.
    Me remeteu automaticamente ao mesmo conceito que Vilém Flusser emprega em relação à informação, que é composta de redundância, informação e ruído. Ruído significa qualquer coisa que interfira na mensagem que chega ao receptor, e o "atrapalha" de certa forma na interpretação desta; porém toda mensagem possui ruído, assim como o mundo todo que vivemos hoje é repleto de ruídos por todos os lados, onde chega a ser quase impossível captar o mais puro dos sons: o silêncio absoluto.
    Contudo, numa perspectiva boa disso tudo, podemos então utilizar desse ruído para criarmos, fazendo dele a brecha no sistema de informação e instruir as pessoas para que possamos viver em um mundo melhor.
Como por exemplo nessa peça publicitária interessante do governo de Santa Catarina sobre os trotes feitos para o SAMU.
  
    O ruído da mensagem cria sua autenticidade e acaba mobilizando as pessoas, mostrando a elas que um simples ruído (que seria o que atrapalha o funcionamento do sistema de informaçao do SAMU, causada pelas pessoas que passam trote) pode levar, nesse caso, à morte daqueles que realmente precisam do socorro. E esse é um dos casos onde o que falta é o que de mais simples pode (ou pelo menos deveria) existir, o silêncio.
    Em 2008, na exposição dos 50 anos da Bossa Nova no Brasil, havia um espaço chamado câmara anecóica onde os visitantes experimentavam o silêncio absoluto, que acredito que o objetivo era passar mais ou menos essa ideia da ausência de ruídos para um mundo melhor.
 Exposição "Bossa na Oca", de 2008.

sábado, 23 de outubro de 2010

Exposição de moradores de rua na Daslu. Sim, é verdade.

Um espaçoo na rua Oscar Freire é inaugurado para expor a contradição social: Uma exposição de fotos feitas por 10 moradores de rua ficarão expostas até o dia 23 de outubro na loja Op Art, e depois irá para Villa Daslu. Entrada franca .
                                                         Sem título. Por Edson Fragoaz.

O mais interessante de tudo é que os participantes do projeto ganharam uma bolsa de MEIO SALÁRIO MÍNIMO, o que não compra um pé de chinelo na Oscar Freire, muito menos na Daslu. O que me leva a crer que os mais ricos precisam muito mais de educação social do que os mais pobres.
Para muitos essa atitude de Marcos Amaro, que coordena o projeto, é uma atitude digna de aplausos, porém eu discordo completamente. Ele é milionário, e todo esse projeto que soa como causa social, acaba sendo revertido em mais capital para ninguém menos que ele. As fotos tiradas pelos moradores de rua serão leiloadas, e meio salário mínimo para cada um dos 10 "fotógrafos"? Parece até piada, ja que tenho certeza que 280 reais para ele é dinheiro para ser gasto em uma noite de balada.
O mundo é injusto, eu entendo que a intenção seja das melhores, mas ficaria melhor ainda se ele estivesse disposto a realmente ajudar. Realmente dedicar boa parte de seu dinheiro nisso, leiloar as fotos e com aquele dinheiro tentar mudar alguma coisa. Incentivar isso, empregar os "fotógrafos", ver o que eles são capazes de fazer, ja que ninguém mais que eles mesmo para retratar a realidade em que vivem. Nós não sentimos na pele como é ser um morador de rua, portanto não sabemos quais são as prioridades.
Estou para ver ainda um projeto social de causa realmente social.
Não quero soar radical, apenas não consigo acreditar  no bom samaritanismo de ninguém hoje em dia.
Veja todas as fotos , são maravilhosas. Trazem muito mais emoção do que qualquer uma que vemos circulando por aí.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Arte no Rio.

Na terça-feira, dia do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo, a Galeria Lurixs: Arte Contemporânea, em Botafogo, inaugura a exposição “Futebol de salão — A coletiva”. A mostra reúne obras produzidas com diferentes técnicas como pinturas, esculturas, fotografias, instalações e vídeos — que apresentam como tema central o futebol. 

A Lurixs: Arte Contemporânea apresentou a partir de 08 de abril,  as exposições de Alessandra Vaghi “Holotúrias” e Marcone Moreira – Superfícies”
 Usando a crochê, Alessandra Vaghi usa ráfia preta e resina em mandalas que se interligam e são sustentadas por uma estrutura de ferro. Este trabalho foi exposto no espaço principal da galeria, em uma sala anexa à da exposição de Marcone Moreira, no mesmo período. No Espaço Lurixs: 2, do outro lado da rua, ela mostrará quatro objetos semelhantes, feitos em linha. Esses trabalhos integram o mesmo conceito da grande instalação em ráfia preta que a artista está finalizando para mostrar, no segundo semestre, no MAM da Bahia e no Arquivo Geral,  diferente à Bienal a ser realizada no Rio de janeiro. 
Tomara que a exposição do futebol de o mesmo retorno do que essa.