quarta-feira, 3 de março de 2010

Big Brother Brasil: Melhor faculdade de marketing de curto prazo.

Esses dias no twitter alguém citou isso, o que me fez refletir bastante. Por que as pessoas (inclusive eu) se apegaram tanto a isso? Como algo aparentemente tão banal como 17 "personagens da vida real" confinados em uma casa cheia de câmeras, falando um monte de bobagens pode prender tanto nossa atenção e repercutir monstruosamente na mídia? Bem, a resposta talvez seja simples; o bbb nada mais é do que uma novela televisiva: Acompanhamos a vida dos participantes por 3 meses, onde "nascem" e "morrem" no programa, na medida que vão sendo eliminados. Causam polêmica, brigam, vão em festas, ficam bêbados, se apaixonam, só que com uma diferença: por mais estereotipados que sejam, são reais. E querendo ou não as pessoas acabam se apegando a uma personagem que julgam mais coerente de acordo com seu ponto de vista. Escolhem como preferido aquele que tenha ideias mais parecidas com as suas, ou que ajam de uma forma que você gostaria de agir. Nasce uma admiração, que talvez beire a idolatria, assim como acontece com celebridades da música, ou do cinema, só que no bbb é instantâneo e (mais) temporário do que nestes. A verdade é que a publicidade do BBB é inacreditavelmente boa. Os patrocinadores sempre renovam seus contratos milionários, e em troca disso exibem no programa mais polêmico e assistido e esperado do ano seus produtos de uma forma que quase acaba passando "desapercebida" no meio de tantas pessoas, assuntos, intrigas, MAS ESTÃO LA. 


O merchandising feito la dentro é muito menos tedioso do que aqueles que você encontra em novelas ou programas de auditório. Os participantes não podem falar sobre outras marcas (por exemplo, eles não falam sobre Coca-cola, uma vez que o Guaraná Antártica é patrocinador. Sabe como é difícil ficar 3 meses sem falar "Que vontade de tomar Coca-cola"?), as festas são patrocinadas por marcas grandes que fazem dela um palco para expor a identidade de sua marca, que se identifica com os participantes e o consumidor acaba a querendo aquilo a qualquer custo.


Com isso novos tipos de oportunidades surgem na mídia, e elas fortificam ainda mais a interatividade com o receptor (uma vez que quando ele vota, "escolhe" quem ele quer que permaneça na casa, se sente mais íntimo aos "brothers" produtos e a emissora). Essa ferramenta acabou fazendo muito sucesso, que acarretou na abertura de milhões de portas à patrocinadores, anunciantes, agências publicitarias e as mídias, no geral. 
Portanto o BBB além de ser um entretenimento considerado uma grande besteira, cheia de futilidades e estereótipos ambulantes, como as novelas, ao mesmo tempo cria um mundo de oportunidades (= empregos), muito mais do que estas.

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